A ideia de “profissão por amor” é um dos maiores mitos do mundo capitalista. Isso porque é impossível trabalhar apenas por amor tendo boletos para pagar. Por isso, independente de quem for, trabalhar e não ser pago é sempre uma situação dramática.
Mas quando você é âncora de um importante jornal nacional e fala certas coisas ao vivo, não existem chances de isso passar despercebido. Que o diga o jovem Kabinda Kalimina, um dos destaques no jornalismo da Zâmbia.
Kalimina foi contratado pela emissora KBN para apresentar um dos jornais de maior importância da grade local. O que ninguém esperava era que Kalimina estivesse tão descontente com a falta de pagamento ao ponto de levar o assunto para a televisão ao vivo.
“Longe das notícias, senhoras e senhores. Nós somos seres humanos, nós temos que ser pagos. Infelizmente, na KBN, nós não recebemos o pagamento. Todos os outros não foram pagos. Nós temos que ser pagos”, desabafou.
A emissora reagiu da pior forma possível, acusou Kalimina de estar embriagado durante a apresentação do programa, fez ameaças e ainda garantiu que vai investigar como “um apresentador bêbado de meio período ficou no ar sem ser interrompido e medidas serão tomadas contra qualquer um que possa ter feito parte do esquema“.
A emissora, no entanto, falhou em falar sobre a situação dos pagamentos dos profissionais da grade. Isto é, a KBN não confirmou, nem negou, que estivesse com os pagamentos atrasados. A emissora destacou ainda, em comunicado, ser uma empresa que trabalha com profissionalismo.
Kalimina, por outro lado, reafirmou sua posição posteriormente. Pelas redes sociais, ele voltou a compartilhar o vídeo de seu desabafo e negou que estivesse sob influência. O jornalista ainda questionou como poderia estar alcoolizado tendo participado de outros três programas na emissora antes do jornal.
O jornalista ainda afirmou que expôs a situação porque todos os outros tem medo de falar.