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Em janeiro deste ano, quando o surto de coronavírus começava a estourar na Ásia, uma jovem estudante foi xingada no metrô do Rio de Janeiro. Marie Okabayashi denunciou o caso a polícia, mas também fez um vídeo de desabafo no Instagram.
O caso ganhou repercussão e acabou sendo noticiado nos principais sites de notícia do país. A jovem, descendente de japoneses, é estudante de Direito na UFRJ e estava indo de Copacabana para o Centro da cidade.
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Na época, Marie revelou que logo que chegou no vagão já começou a ouvir os insultos e ataques. Em dado momento, a idosa chegou a chamar Marie de “chinesa porca”, enquanto afirmava que todos os asiáticos tinham o vírus.
Depois de registrado o boletim de ocorrência, um inquérito foi aberto pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e só agora foi concluído. A idosa acabou indiciada pelo crime de racismo e vai responder na justiça.
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Caso condenada, a idosa pode pegar até 3 anos de cadeia e pagamento de multa. O caso gerou muita discussão nas redes sociais na época, especialmente pela pandemia do novo coronavírus, mas também pelo crime de racismo.
Muitas pessoas foram pegas de surpresa ao descobrirem que o crime não se aplica apenas a crimes cometidos contra pessoas negras. Nesse caso, o relatório do inquérito detalha que a idosa profere insultos racistas em voz alta.
No caso de Marie, por exemplo, fica claro que se trata de um crime de racismo, e não apenas injúria racial, porque a idosa tem intenção de agredir toda a coletividade de pessoas asiáticas. Isso fica claro pelo fato de Marie ser de ascendência japonesa e ter sido chamada de “chinesa porca”.
A lei contra o racismo tem pouco mais de 30 anos no Brasil, mas embora demostre um grande avanço, também é criticada por lideranças pela sua baixa efetividade. A identidade da idosa não foi revelada, mas ela já foi acusada anteriormente por injúria.